Desde o ano de 1975 Artesanatos Neuquinos Sociedade do Estado Provincial desempenha um papel significativo em recuperar, desenvolver e promover a atividade artesanal tradicional, arraigada fortemente nas raízes culturais de nossa província.

Nossa missão é revitalizar o valor cultural que possui o trabalho artesanal como expressão autêntica de nosso povo e garantir sua continuidade em toda a província de Neuquén a partir da geração de uma fonte de ingressos permanente e rentável para os artesãos.
Tecidos, escultura em madeira e pedra, instrumentos musicais, olaria e ourivesaria são as linhas de produtos que promove e comercializa a empresa, realizados com elementos naturais procedentes de recursos sustentáveis próprios da região, de forma totalmente manual por artesãos que utilizam ferramentas de sua própria fabricação e empregam processos de transformação da matéria prima transmitidos de geração em geração.

Productos

O tecido em tear vertical mapuche ocupa um lugar preponderante na província. Quase exclusivamente realizado por mulheres, representa simbolicamente o espírito do povo mapuche em sua máxima expressão. O ensino do tecido se realiza de forma oral e prática, fundamentalmente no âmbito familiar. Se bem a variedade de símbolos é limitada, a sua combinação é abundante, dando como resultado que cada peça seja única. As tecelãs elaboram uma grande quantidade de produtos com diferentes técnicas: sobremamantas, alforjes, faixas, tapetes, caminhos de mesa, tapizes, mantas, colchas, ponchos, etc.

O tear vertical usado pelos povos originários de nossa Província consiste em um quadro simples de quatro barras, duas barras laterais, que vão do chão para o alto, e duas barras horizontais. A lã é obtida pela tosquia ou se pelam os couros. Limpam-se os elementos estranhos (carrapichos, pelos) e se classifica por cores e qualidade. Depois se realiza a trama que fundamentalmente é tarefa feminina e se pratica com o auxílio do fuso de madeira com tortuais que podem ser de pedra, cerâmica, madeira, etc.
Em caso de não querer usar a cor natural da lã, se procede ao tingimento tradicional que demonstra o conhecimento profundo que possuem os aborígenes das propriedades de pintura de alguns vegetais e minerais.

Enquanto o tecido é predomínio do sexo feminino, o trabalho em madeira pertence ao domínio masculino, mesmo que algumas mulheres se animem a incursionar na modalidade. A matéria prima se obtém das árvores caídas dos bosques próximos. Principalmente se trabalha a madeira de lenga, sendo os objetos mais comuns as bandejas, travessas, jogos de talheres e outras peças funcionais utilizadas na cozinha.

A produção de instrumentos musicais conservou muitos elementos da cultura mapuche tradicional. O kultrún, a pifilka e a trutruka se elaboram com diferentes materiais, especialmente com madeira e vara colihue.

A olaria é uma das técnicas que possui menor proporção de artesãos. Estes são, em sua grande maioria, de origem crioula e da região norte. A argila é obtida nas imediações do lugar de residência dos artesãos e os objetos mais frequentes são cântaros e jarras.

A ourivesaria também é realizada fundamentalmente por artesãos crioulos que retomam os motivos mapuche para sua produção. As peças tradicionais mapuche são peitorais, tupus, trariloncos e brincos. Do repertório crioulo se elaboram cuias, bombinhas, facas e passa guardanapo, entre outros.
A ourivesaria é uma das manifestações culturais que melhor representa ao povo mapuche. Todo seu mundo simbólico se expressa nas formas, nas gravuras das pranchas de prata, nas figuras e no uso que dão às jóias. Durante o período pré-hispânico os mapuches conheciam o uso dos materiais e fabricavam adornos de cobre e muito provavelmente de ouro e prata. Depois da conquista espanhola e até o século XIX, os mapuches obtiveram a prata do comércio com os espanhóis. Em troca de suas manufaturas ou de gado recebiam moedas de prata que utilizavam como matéria-prima na ourivesaria. Seu destacado labor nesta arte serviu ao nutrido intercâmbio comercial com outros grupos indígenas e com o branco.

Os artigos mais vendidos são os de madeira, seja para uso doméstico ou ornamental e, em segundo lugar, caminhos de mesa e tapetes tecidos no tear mapuche. Os preços acessíveis e sua função como artigos de decoração os tornam atraentes para turistas e residentes.